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quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Laudo Pericial e Laudo de Incidente - Segurança da Informação

 Introdução

A elaboração de laudos em segurança da informação, seja em computação forense ou em resposta a incidentes, requer uma abordagem meticulosa e fundamentada. A conversa entre Christian e Thiago Alvarenga ilumina a importância de escolher o framework correto e seguir os preceitos legais. Este artigo explora as orientações fornecidas por Thiago, destacando a aplicação dos frameworks do NIST e a conformidade com a legislação brasileira.

Laudo de Incidente de Segurança da Informação

Para um laudo de incidente, o NIST Special Publication 800-61 Rev. 2 é recomendado. Este guia abrange fases como preparação, detecção e análise, contenção, erradicação e recuperação, e análise pós-incidente.

Roteiro Básico para Laudo de Incidente de Segurança:

  1. Preparação: Desenvolver políticas e planos de resposta a incidentes.
  2. Detecção e Análise: Identificar sinais de um incidente e avaliar sua gravidade.
  3. Contenção, Erradicação e Recuperação: Limitar o dano do incidente, eliminar a causa e restaurar os sistemas.
  4. Pós-Incidente: Analisar o incidente para melhorar as futuras respostas.

Laudo Pericial Forense

Além do NIST SP 800-86, é crucial seguir os preceitos da legislação brasileira, como o Código de Processo Civil (CPC) e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo imparcialidade, metodologia científica e proteção de dados.

Adendo:

O Código de Processo Civil (CPC), especialmente nos Artigos 464 a 480, estabelece diretrizes para a realização de perícias e a apresentação de laudos periciais, enfatizando a necessidade de imparcialidade e metodologia científica. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), Lei nº 13.709/2018, em seu Artigo 18, assegura os direitos do titular dos dados, incluindo a privacidade e a proteção contra o tratamento indevido de dados pessoais, o que é essencial em análises forenses digitais. Além disso, a cadeia de custódia digital, um aspecto crítico em computação forense, deve ser rigorosamente mantida para garantir a integridade e a autenticidade das evidências digitais. Para este fim, o documento "NIST Special Publication 800-101 Rev. 1, Guidelines on Mobile Device Forensics", oferece orientações valiosas sobre a manutenção da cadeia de custódia em ambientes digitais, assegurando que todas as evidências sejam coletadas, armazenadas, transferidas e analisadas de maneira a preservar sua validade legal.


Roteiro Básico para Laudo Pericial em Computação Forense:

  1. Coleta de Evidências: Seguir procedimentos forenses para coletar dados digitais.
  2. Análise Forense: Examinar as evidências coletadas usando técnicas forenses digitais.
  3. Documentação: Registrar todas as etapas do processo forense.
  4. Relatório e Testemunho: Preparar um relatório detalhado e estar pronto para testemunhar em tribunal.


A Importância da Cadeia de Custódia Digital na Computação Forense e na Resposta a Incidentes

A cadeia de custódia digital desempenha um papel crucial tanto na esfera judicial, como parte da computação forense, quanto na resposta a incidentes de segurança da informação. Este conceito refere-se ao processo de rastreamento, documentação e preservação da integridade das evidências digitais desde o momento de sua coleta até sua apresentação em um contexto legal ou análise de incidente. A seguir, exploramos a importância da cadeia de custódia digital em ambos os contextos.

Na Computação Forense como Perito Judicial

  1. Admissibilidade Legal: Na esfera judicial, a cadeia de custódia digital é essencial para garantir a admissibilidade das provas em tribunal. A documentação precisa do processo de coleta, manuseio, armazenamento e análise das evidências digitais é fundamental para demonstrar que as provas não foram alteradas, corrompidas ou manipuladas.
  2. Integridade das Evidências: A preservação da integridade das evidências digitais é crucial para a investigação forense. Qualquer alteração nas evidências pode questionar sua validade, comprometendo todo o caso.
  3. Transparência e Confiabilidade: Uma cadeia de custódia bem mantida assegura transparência e confiabilidade no processo de investigação, permitindo que outras partes, incluindo a defesa, examinem as evidências e o processo pelo qual foram coletadas e analisadas.

Na Resposta a Incidentes de Segurança da Informação

  1. Metodologia Precisa: Na resposta a incidentes, a cadeia de custódia digital assegura que todas as ações tomadas durante a investigação do incidente sejam documentadas e possam ser rastreadas. Isso é vital para entender exatamente o que aconteceu, como aconteceu e quais medidas foram tomadas.
  2. Responsabilidade e Análise: Manter uma cadeia de custódia detalhada permite uma análise precisa do incidente, facilitando a identificação de falhas de segurança, vulnerabilidades exploradas e o impacto do incidente. Isso também ajuda na responsabilização em casos de incidentes maliciosos.
  3. Preparação para Litígios: Em casos onde um incidente de segurança leva a litígios ou ações legais, a cadeia de custódia digital torna-se um elemento crucial para provar a extensão do dano ou a natureza do ataque, fornecendo evidências sólidas para o processo legal.

Conclusão

A cadeia de custódia digital e a escolha adequada de frameworks, alinhados à legislação brasileira, são elementos cruciais na computação forense e na resposta a incidentes de segurança da informação. A cadeia de custódia digital é indispensável para garantir a integridade e a admissibilidade das evidências digitais, fornecendo uma base sólida para análises precisas e responsabilização. Sua manutenção adequada é essencial para a eficácia das investigações digitais e para a proteção contra consequências legais adversas.

Paralelamente, a escolha do framework correto, como os fornecidos pelo NIST, e a aderência estrita à legislação brasileira, são fundamentais na elaboração de laudos de segurança da informação. Enquanto o NIST oferece diretrizes técnicas detalhadas, a legislação brasileira assegura a validade legal e a integridade do processo investigativo. A combinação desses elementos assegura que os laudos sejam não apenas técnicos e precisos, mas também confiáveis e juridicamente sólidos.

Portanto, a integração da cadeia de custódia digital com frameworks técnicos apropriados e a conformidade legal cria um ambiente robusto para a gestão eficaz de incidentes de segurança da informação e investigações forenses digitais, garantindo resultados precisos e proteção legal adequada. Fonte:

https://nvlpubs.nist.gov/nistpubs/Legacy/SP/nistspecialpublication800-86.pdf

https://nvlpubs.nist.gov/nistpubs/SpecialPublications/NIST.SP.800-61r2.pdf

https://nvlpubs.nist.gov/nistpubs/SpecialPublications/NIST.SP.800-101r1.pdf

https://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Em_Tempo_n.20.02.pdf


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