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segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Vulnerabilidades da última semana de Janeiro SEC4S24

Bem-vindos à inauguração das edições do nosso Alerta Semanal.

Estamos iniciando essas postagens recorrentes para manter a nossa comunidade unida contra as ameaças digitais e fortalecer o combate ao crime digital organizado.

Estamos diante de um conjunto diversificado de falhas de segurança que, se não forem abordadas, podem abrir as portas para ataques cibernéticos de modo irreversível.

Desde sistemas operacionais obsoletos da Juniper Network até atualizações críticas de segurança em plataformas populares como Alpine Linux e WordPress, o cenário de ameaças está em constante evolução. Essas vulnerabilidades não são apenas números em um relatório; elas representam riscos reais para organizações e indivíduos em todo o mundo. A cada semana, enfrentamos novos desafios, e é essencial estar informado e preparado.

Neste artigo, vamos detalhar cada uma dessas vulnerabilidades, explorando os vetores de ataque, as TTPs (Táticas, Técnicas e Procedimentos) e o modus operandi dos atacantes. Nosso objetivo é não apenas informar, mas também fornecer insights e recomendações práticas para que você possa fortalecer suas defesas contra essas ameaças emergentes.

Todas vulnerabilidades descritas neste artigo são de criticidade 5 em uma escala que vai de 1 a 5, onde 5 é a mais crítica.

Seja você um profissional de TI, um entusiasta da tecnologia ou simplesmente alguém preocupado com a segurança digital, esta leitura é essencial para manter-se atualizado e seguro.

1. Sistemas Operacionais Obsoletos (EOL/Obsolete OS): Juniper Network OS (Junos OS) 11.x, 12.x, 14.x, 15.x, 16.x, 17.x, 18.x, 19.x, 21.1

  • Vetor de Ataque: Sistemas operacionais desatualizados ou obsoletos são vulneráveis a ataques, pois não recebem mais atualizações de segurança.
  • TTPs: Atacantes podem explorar vulnerabilidades conhecidas que não foram corrigidas nesses sistemas. Isso pode incluir ataques de execução remota de código, negação de serviço, entre outros.
  • Modus Operandi: Os atacantes buscam redes que utilizam essas versões obsoletas e aplicam exploits conhecidos para ganhar acesso ou interromper serviços.

2. Atualizações de Segurança do Alpine Linux (e.g., para php82, pev, openvswitch)

  • Vetor de Ataque: Componentes desatualizados em sistemas operacionais.
  • TTPs: Exploração de vulnerabilidades específicas em softwares desatualizados.
  • Modus Operandi: Atacantes podem utilizar exploits direcionados a essas vulnerabilidades para comprometer sistemas.

3. Vulnerabilidades em Plugins e Plataformas (e.g., WordPress, Atlassian Confluence)

  • Vetor de Ataque: Plugins ou plataformas com falhas de segurança.
  • TTPs: Injeção de código, bypass de autenticação, upload de arquivos maliciosos.
  • Modus Operandi: Explorar falhas nos plugins ou plataformas para ganhar acesso não autorizado ou comprometer o site.

4. Atualizações de Segurança em Diversos Sistemas e Aplicações (e.g., Amazon Linux, Debian, Ubuntu, Gentoo Linux)

  • Vetor de Ataque: Vulnerabilidades em sistemas operacionais e aplicações.
  • TTPs: Exploração de falhas conhecidas, como buffer overflow, execução remota de código.
  • Modus Operandi: Identificar sistemas desatualizados e aplicar técnicas de exploração adequadas.

5. Vulnerabilidades em Navegadores e Aplicações Web (e.g., Google Chrome, Firefox)

  • Vetor de Ataque: Exploração de falhas em navegadores e aplicações web.
  • TTPs: Cross-site scripting, execução remota de código, man-in-the-middle attacks.
  • Modus Operandi: Enganar usuários para visitar sites maliciosos ou interceptar comunicações.

6. Vulnerabilidades em Frameworks e Bibliotecas (e.g., PHP Composer, NodeJs, Java Maven)

  • Vetor de Ataque: Componentes de software vulneráveis.
  • TTPs: Injeção de dependência maliciosa, exploração de falhas em bibliotecas.
  • Modus Operandi: Comprometer aplicações que utilizam essas bibliotecas ou frameworks desatualizados.

7. Vulnerabilidades Específicas de Produtos (e.g., Oracle WebLogic, Citrix ADC)

  • Vetor de Ataque: Falhas em produtos específicos.
  • TTPs: Exploração de vulnerabilidades conhecidas nesses produtos.
  • Modus Operandi: Atacar organizações que utilizam esses produtos, explorando as falhas para ganhar acesso ou causar danos.

Conclusão

Cada um desses itens representa um potencial vetor de ataque que pode ser explorado por atacantes. As TTPs variam de acordo com o tipo de vulnerabilidade e o sistema ou aplicação afetada. O modus operandi geralmente envolve a identificação de alvos vulneráveis e a aplicação de técnicas específicas para explorar essas vulnerabilidades. É crucial manter sistemas e aplicações atualizados e monitorar continuamente a segurança para se proteger contra essas ameaças.

Link completo de todas vulnerabilidades: https://avaetec.com/dws/SEC_4S24.xlsx

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Laudo Pericial e Laudo de Incidente - Segurança da Informação

 Introdução

A elaboração de laudos em segurança da informação, seja em computação forense ou em resposta a incidentes, requer uma abordagem meticulosa e fundamentada. A conversa entre Christian e Thiago Alvarenga ilumina a importância de escolher o framework correto e seguir os preceitos legais. Este artigo explora as orientações fornecidas por Thiago, destacando a aplicação dos frameworks do NIST e a conformidade com a legislação brasileira.

Laudo de Incidente de Segurança da Informação

Para um laudo de incidente, o NIST Special Publication 800-61 Rev. 2 é recomendado. Este guia abrange fases como preparação, detecção e análise, contenção, erradicação e recuperação, e análise pós-incidente.

Roteiro Básico para Laudo de Incidente de Segurança:

  1. Preparação: Desenvolver políticas e planos de resposta a incidentes.
  2. Detecção e Análise: Identificar sinais de um incidente e avaliar sua gravidade.
  3. Contenção, Erradicação e Recuperação: Limitar o dano do incidente, eliminar a causa e restaurar os sistemas.
  4. Pós-Incidente: Analisar o incidente para melhorar as futuras respostas.

Laudo Pericial Forense

Além do NIST SP 800-86, é crucial seguir os preceitos da legislação brasileira, como o Código de Processo Civil (CPC) e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo imparcialidade, metodologia científica e proteção de dados.

Adendo:

O Código de Processo Civil (CPC), especialmente nos Artigos 464 a 480, estabelece diretrizes para a realização de perícias e a apresentação de laudos periciais, enfatizando a necessidade de imparcialidade e metodologia científica. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), Lei nº 13.709/2018, em seu Artigo 18, assegura os direitos do titular dos dados, incluindo a privacidade e a proteção contra o tratamento indevido de dados pessoais, o que é essencial em análises forenses digitais. Além disso, a cadeia de custódia digital, um aspecto crítico em computação forense, deve ser rigorosamente mantida para garantir a integridade e a autenticidade das evidências digitais. Para este fim, o documento "NIST Special Publication 800-101 Rev. 1, Guidelines on Mobile Device Forensics", oferece orientações valiosas sobre a manutenção da cadeia de custódia em ambientes digitais, assegurando que todas as evidências sejam coletadas, armazenadas, transferidas e analisadas de maneira a preservar sua validade legal.


Roteiro Básico para Laudo Pericial em Computação Forense:

  1. Coleta de Evidências: Seguir procedimentos forenses para coletar dados digitais.
  2. Análise Forense: Examinar as evidências coletadas usando técnicas forenses digitais.
  3. Documentação: Registrar todas as etapas do processo forense.
  4. Relatório e Testemunho: Preparar um relatório detalhado e estar pronto para testemunhar em tribunal.


A Importância da Cadeia de Custódia Digital na Computação Forense e na Resposta a Incidentes

A cadeia de custódia digital desempenha um papel crucial tanto na esfera judicial, como parte da computação forense, quanto na resposta a incidentes de segurança da informação. Este conceito refere-se ao processo de rastreamento, documentação e preservação da integridade das evidências digitais desde o momento de sua coleta até sua apresentação em um contexto legal ou análise de incidente. A seguir, exploramos a importância da cadeia de custódia digital em ambos os contextos.

Na Computação Forense como Perito Judicial

  1. Admissibilidade Legal: Na esfera judicial, a cadeia de custódia digital é essencial para garantir a admissibilidade das provas em tribunal. A documentação precisa do processo de coleta, manuseio, armazenamento e análise das evidências digitais é fundamental para demonstrar que as provas não foram alteradas, corrompidas ou manipuladas.
  2. Integridade das Evidências: A preservação da integridade das evidências digitais é crucial para a investigação forense. Qualquer alteração nas evidências pode questionar sua validade, comprometendo todo o caso.
  3. Transparência e Confiabilidade: Uma cadeia de custódia bem mantida assegura transparência e confiabilidade no processo de investigação, permitindo que outras partes, incluindo a defesa, examinem as evidências e o processo pelo qual foram coletadas e analisadas.

Na Resposta a Incidentes de Segurança da Informação

  1. Metodologia Precisa: Na resposta a incidentes, a cadeia de custódia digital assegura que todas as ações tomadas durante a investigação do incidente sejam documentadas e possam ser rastreadas. Isso é vital para entender exatamente o que aconteceu, como aconteceu e quais medidas foram tomadas.
  2. Responsabilidade e Análise: Manter uma cadeia de custódia detalhada permite uma análise precisa do incidente, facilitando a identificação de falhas de segurança, vulnerabilidades exploradas e o impacto do incidente. Isso também ajuda na responsabilização em casos de incidentes maliciosos.
  3. Preparação para Litígios: Em casos onde um incidente de segurança leva a litígios ou ações legais, a cadeia de custódia digital torna-se um elemento crucial para provar a extensão do dano ou a natureza do ataque, fornecendo evidências sólidas para o processo legal.

Conclusão

A cadeia de custódia digital e a escolha adequada de frameworks, alinhados à legislação brasileira, são elementos cruciais na computação forense e na resposta a incidentes de segurança da informação. A cadeia de custódia digital é indispensável para garantir a integridade e a admissibilidade das evidências digitais, fornecendo uma base sólida para análises precisas e responsabilização. Sua manutenção adequada é essencial para a eficácia das investigações digitais e para a proteção contra consequências legais adversas.

Paralelamente, a escolha do framework correto, como os fornecidos pelo NIST, e a aderência estrita à legislação brasileira, são fundamentais na elaboração de laudos de segurança da informação. Enquanto o NIST oferece diretrizes técnicas detalhadas, a legislação brasileira assegura a validade legal e a integridade do processo investigativo. A combinação desses elementos assegura que os laudos sejam não apenas técnicos e precisos, mas também confiáveis e juridicamente sólidos.

Portanto, a integração da cadeia de custódia digital com frameworks técnicos apropriados e a conformidade legal cria um ambiente robusto para a gestão eficaz de incidentes de segurança da informação e investigações forenses digitais, garantindo resultados precisos e proteção legal adequada. Fonte:

https://nvlpubs.nist.gov/nistpubs/Legacy/SP/nistspecialpublication800-86.pdf

https://nvlpubs.nist.gov/nistpubs/SpecialPublications/NIST.SP.800-61r2.pdf

https://nvlpubs.nist.gov/nistpubs/SpecialPublications/NIST.SP.800-101r1.pdf

https://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Em_Tempo_n.20.02.pdf


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